Reportagem Jornal da Cidade de 18/12/2019 - Caderno Educação
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
sexta-feira, 26 de julho de 2019
Escolas Waldorf da Prefeitura de Aracaju ganham fósseis de milhões de anos
Foto: André Moreira |
Foto: André Moreira |
Agência Aracaju de Notícias
No 17 de Março, Prefeitura e UFS iniciam projeto Museu Escola com fósseis de 80 milhões de anos
26/07/19 08h01
Em uma educação multidisciplinar, na qual os alunos aprendem conteúdos que vão além do básico, a oferta de conhecimento que fomente não só o desejo por uma profissão, mas também o orgulho e ciência da história do lugar em que vivem é muito importante. É com esse intuito que a Prefeitura de Aracaju, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS), deu início ao projeto Museu Escola, desenvolvido nas escolas do bairro 17 de Março.
Por meio da UFS e do Instituto Social Micael, que já desenvolve outros trabalhos nas escolas do bairro, a Emei Doutor José Calumby Filho e a Emef José Souza de Jesus, receberam três peças de colônias de bactérias fossilizadas, existentes no planeta há mais de 80 milhões de ano e que auxiliaram na produção de oxigênio.
A representante do Instituto Micael, Maria Aparecida Dias, destaca a importância do projeto ao salientar que o estudo dos trombólitos, como são chamadas as peças, ajudará as crianças a entenderem um pouco mais da evolução do planeta e da história de Sergipe.
“Aqui em Sergipe a gente tem uma região muito rica em fósseis e nós, como escola de crianças, ainda na educação infantil e ensino fundamental, achamos importante que elas, mesmo sem esses conteúdos de nomenclatura e todos esses detalhes do fóssil, saibam e reconheçam que sua região, seu estado, é muito importante para o desenvolvimento da formação do mundo. Queremos que eles saibam que registros fósseis são esses e que são uma riqueza da nossa região”, disse Aparecida.
Na segunda-feira, 22, as escolas completaram o recebimento das três peças doadas pela Prefeitura de Rosário do Catete, local onde foram encontradas. O próximo passo será o processo de identificação e estudo dos trombólitos, a ser feito pelo Departamento de Geologia da UFS, que confere roupagem científica ao projeto.
“Com isso, podemos trazer muitas possibilidades de conteúdos de geografia, ciências; fazer a criança desenvolver um pensamento mais amplo do dia a dia escolar e, quem sabe despertar, interesses e futuros cientistas, arqueólogos, que se interessem pelo chão onde pisam”, argumentou Maria Aparecida.
Associados a esses fósseis, a ideia é criar, além de uma espécie de Museu nas escolas, expondo as peças para visitantes e familiares dos alunos, um acervo das principais rochas do estado de Sergipe para que as crianças tenham “uma noção de onde elas pisam", destaca a professora do departamento de Geologia da UFS e uma das criadoras do projeto, Cristine Lenz.
”Estamos criando projetos para os alunos compreenderem o local onde vivem, o que significa um fóssil em termos de evolução da vida; conseguirem identificar as rochas e muito mais. A gente já começou com uma palestra há cerca de dois meses atrás, com coisas super simples, como os tipos de rocha. E, agora, a partir da chegada do material, vamos partir para as outras atividades, para que eles possam interagir com esse material”, explicou Cristine Lenz.
Para o professor da Emef José Souza de Jesus, Adir Freire, esse é um projeto que dará às crianças um leque de possibilidades de conhecimento. “Essa é uma maneira de despertar nos alunos a curiosidade científica da origem da vida, uma coisa muito importante. É algo bastante inovador e interessante. Será um conteúdo introduzido nas aulas de ciências e geografia, tratando da geografia de Sergipe. Nós iremos procurar trabalhar de forma interdisciplinar. Esse projeto contribui para que os alunos tenham uma visão mais complexa e completa do conhecimento como um todo”, afirmou.
Por meio da UFS e do Instituto Social Micael, que já desenvolve outros trabalhos nas escolas do bairro, a Emei Doutor José Calumby Filho e a Emef José Souza de Jesus, receberam três peças de colônias de bactérias fossilizadas, existentes no planeta há mais de 80 milhões de ano e que auxiliaram na produção de oxigênio.
A representante do Instituto Micael, Maria Aparecida Dias, destaca a importância do projeto ao salientar que o estudo dos trombólitos, como são chamadas as peças, ajudará as crianças a entenderem um pouco mais da evolução do planeta e da história de Sergipe.
“Aqui em Sergipe a gente tem uma região muito rica em fósseis e nós, como escola de crianças, ainda na educação infantil e ensino fundamental, achamos importante que elas, mesmo sem esses conteúdos de nomenclatura e todos esses detalhes do fóssil, saibam e reconheçam que sua região, seu estado, é muito importante para o desenvolvimento da formação do mundo. Queremos que eles saibam que registros fósseis são esses e que são uma riqueza da nossa região”, disse Aparecida.
Na segunda-feira, 22, as escolas completaram o recebimento das três peças doadas pela Prefeitura de Rosário do Catete, local onde foram encontradas. O próximo passo será o processo de identificação e estudo dos trombólitos, a ser feito pelo Departamento de Geologia da UFS, que confere roupagem científica ao projeto.
“Com isso, podemos trazer muitas possibilidades de conteúdos de geografia, ciências; fazer a criança desenvolver um pensamento mais amplo do dia a dia escolar e, quem sabe despertar, interesses e futuros cientistas, arqueólogos, que se interessem pelo chão onde pisam”, argumentou Maria Aparecida.
Associados a esses fósseis, a ideia é criar, além de uma espécie de Museu nas escolas, expondo as peças para visitantes e familiares dos alunos, um acervo das principais rochas do estado de Sergipe para que as crianças tenham “uma noção de onde elas pisam", destaca a professora do departamento de Geologia da UFS e uma das criadoras do projeto, Cristine Lenz.
”Estamos criando projetos para os alunos compreenderem o local onde vivem, o que significa um fóssil em termos de evolução da vida; conseguirem identificar as rochas e muito mais. A gente já começou com uma palestra há cerca de dois meses atrás, com coisas super simples, como os tipos de rocha. E, agora, a partir da chegada do material, vamos partir para as outras atividades, para que eles possam interagir com esse material”, explicou Cristine Lenz.
Para o professor da Emef José Souza de Jesus, Adir Freire, esse é um projeto que dará às crianças um leque de possibilidades de conhecimento. “Essa é uma maneira de despertar nos alunos a curiosidade científica da origem da vida, uma coisa muito importante. É algo bastante inovador e interessante. Será um conteúdo introduzido nas aulas de ciências e geografia, tratando da geografia de Sergipe. Nós iremos procurar trabalhar de forma interdisciplinar. Esse projeto contribui para que os alunos tenham uma visão mais complexa e completa do conhecimento como um todo”, afirmou.
sábado, 20 de julho de 2019
Usar celular ou abraçar árvores? Folha de São Paulo, 20/jul/2019
Folha de São Paulo 20/07/2019
Usar celular ou abraçar árvores?
Da fama de hippie, a pedagogia Waldorf,
que completa cem anos, é hoje mencionada como inspiração até pelas mais caretas
das escolas. Alguns dos pilares existentes desde a sua fundação, na devastada
Alemanha pós-Primeira Guerra, tornaram-se atraentes para colégios tradicionais
que buscam dar conta da demanda por uma formação mais abrangente.
O aprendizado interdisciplinar é um deles. Na
Waldorf, a matemática, por exemplo, surge na amarelinha, nas aulas sobre o
Egito e no tricô. Outro é o autoconhecimento, cultivado no incentivo às artes
manuais, ao movimento corporal e ao contato com a natureza. Não faz tempo que
esses eram conceitos “alternativos”. Agora são ofertados como diferencial por
quem martelava o marketing do “ensino forte”.
Mas tem algo da Waldorf que é visto como
extraterrestre: o fato de ser contra o uso da tecnologia na infância. O
entendimento é o de que a criança precisa se desenvolver antes de ser exposta
às telas, a fim de que possa dominá-las, ao invés de ser controlada por elas.
Na maior parte dos colégios de outras linhas,
quanto mais cedo, melhor, e os tablets invadem até o ensino infantil.
A Federação das Escolas Waldorf do Brasil, com 88
filiadas e 180 em processo de filiação, tem convicção de que o cenário mudará
em breve, diante dos prejuízos causados pelo excesso de tecnologia.
Os problemas são mesmo inegáveis. Em resposta à
crescente demanda de famílias desesperadas, o Hospital das Clínicas se prepara
para atender adolescentes dependentes de tecnologia a partir do segundo
semestre. Os sintomas se assemelham aos do vício em álcool e drogas, como
ansiedade, depressão, agressividade e abandono dos estudos.
Se executivos de empresas de tecnologia do Vale do
Silício estão matriculando os filhos em escolas Waldorf, cabe devanear com um
futuro em que, pedagogias à parte, dar celular para bebê soará mais exótico do
que abraçar uma árvore.
Laura Mattos
Jornalista e mestre pela USP, Laura Mattos está na
Folha desde 2000; desde 2016 produz reportagens especiais.
Assinar:
Postagens (Atom)